quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Com Ela, Tudo Vale À Pena (Até o Inferno)


Cuida dela, cara. Eu sei que parece uma missão impossível, já que ela é toda cheia de complicações e paranoias, mas vale à pena se jogar nesse abismo, eu garanto. Ela gosta de gente que se arrisca nela, porque nem ela acredita que alguém ainda tem essa coragem.

Ela adora chá e café. Quando ela estiver nervosa, aposte no chá; quando ela estiver ansiosa ou inspirada, aposte no café. Ela também gosta de bebidas fortes, mas só de vez em quando porque a gastrite dela sempre ataca depois de umas quatro doses de tequila.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Alô, Amiga?



Nem sei se tenho direitos de te chamar assim. Já faz tanto tempo, não é? É que eu meio que não sei como te chamar. Não dá para falar seu nome depois dos apelidos que nos demos, nem te chamar pelo apelido depois de tudo que fizemos uma para a outra. Nem mesmo de amiga. Mas tudo bem, é que também não consigo usar o tempo ex. Ex-risadas, ex-lembranças, ex-sonhos, ex-melhor-amiga-que-dividiu-tanta-coisa-comigo-e-que-o-tempo-levou. O tempo sempre leva, não é mesmo? Você estava aqui e eu era feliz e me sentia a mais sortuda das pessoas. E então você se foi e eu te odiei tanto que nem sou capaz de definir em meia dúzia de palavras a intensidade do sentimento. Mas passou. É que tudo na vida passa: as férias, a felicidade, a tristeza, a raiva, a culpa, você e inclusive eu que passei aqui só para ver como você está e se eu também passei para você também.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Obrigada Pela Nossa História (Independente do Nosso Fim)




Eu poderia fazer como alguma dessas ex vingativas e me cortar em público só para exibir as feridas que me causou (e foram muitas, a gente sabe). Eu poderia fazer em escândalo, postar indiretas no facebook, te perseguir, jogar uma praga dessas que sempre pegam, gastar mais do meu tempo com você –depois de tantos que me roubou –e te odiar na mesma intensidade que te amei. Eu te amei –e talvez por isso, pela conjugação do verbo num pretérito, não me permito te odiar. Não preciso odiar suas saídas para as baladas, seus novos amigos, a ausência da sua voz na caixa postal, o seu novo amor. Não vou bancar a idiota –não porque não queira, apenas porque não sinto necessidade de expor nossa história mais do que a mudança de um estado civil de uma rede social causa. Porque não quero cometer uma loucura e ser taxada para sempre por você como aquela-minha-ex-maluca-desesperada e não por falta de mágoa ou de lágrimas; mas por excesso de boas lembranças que guardei de você junto com nossas fotos numa caixa no fundo do armário –e também aqui dentro do meu coração –que não pretendo sujar com nenhuma cena de novela meia-boca que faz os telespectadores sentirem pena da personagem. Sempre odiei a piedade. Então, não se assuste ou se incomode com essa carta. Não são ofensas vomitadas, nem raivas cuspidas, nem mágoas escancaradas. Pelo contrário. É um singelo agradecimento a você.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Era Um Casal Normal



Se conheceram numa dessas festas open-bar da faculdade, onde tem sempre muita bebida, música alta e pouca conversa. Foi sexo à primeira vista e amor ao primeiro toque. Abandonaram os copos para segurar as mãos. E, sem palavras, só olhares, decidiram sair juntos da festa para a casa dele. Se amaram lentamente, vagarosamente, necessitadamente. Guiados por uma paixão que nunca haviam sentido. Só depois, exaustos e tranquilos, satisfeitos e felizes, esquecendo-se de fingir um sono pós-sexo, foram feitas apresentações.

domingo, 20 de outubro de 2013

É sempre amor (mesmo que acabe)


Eles foram um dessas histórias que acontecem entre parênteses, como um prelúdio para o que vem depois. E o que vem depois? Ninguém pode saber. Uma dessas histórias que a gente adora ver, escutar, acompanhar e até torcer. Mas odiaria, como ela própria odiou, viver. Porque o parentese é curto, mas geralmente marca –e ambos saíram marcados, feridos, sangrando, por outra tentativa em vão entre tantas –Culpa dela que achou que ele era diferente? Culpa dele que não achou nela o que sempre quis? Culpa de ninguém não. Eles foram só um capítulo –e histórias de um capítulo só sempre chegam ao fim.

sábado, 19 de outubro de 2013

Namorado Imperfeito


Sofri por você? Sim sofri, não sofro mais. Passava meus dias chorando mas ai percebi: Por que desidratar meu corpo chorando por uma pessoa que nunca me amou, apenas me enganou?

Foram tantas falsas declarações, falsos beijos, falsos 'Eu te amo', e quer saber o que eu acho? Que você errou de profissão, deveria ser ator porque não larga os palcos ou até talvez ser um Jogador de Futebol, porque você tratava-me como um troféu e não como sua namorada.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cúmplice


Eu escutava sua voz aqui do meu apartamento. Aquele tipo estridente, porém feliz? Então, pelo modo como falava eu sabia que ela estava sorrindo. E por mais cansado que estivesse eu sempre prestava atenção na voz que vinha do outro apartamento. Era uma voz diferente das que já haviam passado por ali. 

O morador da casa ao lado era de poucas palavras. O pouco que eu sabia era que trabalhava. Pelas roupas eu diria que advogado. Saia tão cedo quanto voltava. Durante a semana, pelo menos, era assim, mas aos fins de semana, ah os fins de semana, o que não faltava ao apartamento ao lado era movimento. Movimento feminino, se é que me entende. Cheguei até a invejar a vida sexual ativa daquele rapaz, confesso! 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Laurita




Laurita era um demônio cravado em corpo de mulher. Desses corpos moldados para enlouquecer a qualquer um que, de tantas curvas, fariam quem se atrevesse a arriscar por aqueles caminhos esquecer-se do freio e capotar em um dos precipícios. As curvas de Laurita eram mais perigosas que a estrada de Santos cantada por Roberto Carlos e ela mesma se perdia entre lençóis sujos de motéis de beira de estrada. Tinha um olhar que deixaria Capitu louca de inveja e o pobre Bentinho louco de amor. Laurita poderia ter sido muito bem criada por algum escritor erótico-pervertido, que gostasse de coxas-grandes-e-bocas-pequenas que não tinham vergonha de dizer o que deseja em sussurros que chegam a deixar surda uma alma sensível.  E ela não tinha vergonha alguma. Mas Laurita era pior porque não estava nas entrelinhas de nenhum romance, e sim grifada com canetas amarelo-neon-de-motel-sem-nenhuma-estrela, na pele de cada amante que passou ali, nas curvas dos lençóis sujos e nos precipícios de Laurita encobertos por um corpo de mulher e uma alma de demônio.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Culpado E Sem Nós



Já passa das quatro. Na cama, ao meu lado, ela dorme um sono tranquilo; sem nem imaginar o quanto isso me atormenta e me tira de mim. Perambulo pela casa, leio o jornal do dia anterior mas nada é capaz de tomar meu pensamento como você vem fazendo. E quando eu olho para ela - em seu sono tranquilo - me pergunto se seu sono também está tranquilo ou se você talvez ainda perde o sono pensando em mim.

domingo, 6 de outubro de 2013

Sem Titulo, Sem Você

Sugestão: leia ouvindo Untitled, do Simple Plan
Música que eu usei para fazer o texto :)))



As paredes me sufocam, mas não me esmagam enquanto não me movo da cama que um dia foi nossa e que ainda guarda seu cheiro de flores de campo misturado com sexo-drogas-e-rock’n’roll no sentido mais amplo que essa frase abrange. Eu próprio –e logo eu, aquele que um dia foi taxado por você de certinho-conservador –cheiro a um pouco de álcool, nicotina, maconha e a você de um jeito que faz parecer que você ainda está aqui, preenchendo os espaços vazios da minha vida entre parênteses que fica com sua ausência. Posso te sentir, não posso te tocar, mas você continua em todas as partes porque ainda está presa a mim de um jeito suicida que ninguém compreende –nem eu, porque a dor, como primeiro ato de sua ditadura, nos tira nossa capacidade de entender o que é que se passou.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sobre O Que Acontece Entre Você E Eu


Quero falar sobre tudo aquilo que eu vi em você. Sobre seus jeitos e trejeitos.

Primeiramente, seus olhos e seu olhar. O jeito que você me olha me faz perder o chão e a pose de durona. Secundariamente, seu abraço e o jeito que você me toca. Seu abraço que faz com que eu me sinta protegida, suas mãos leves que tiram meu cabelo da boca e seguram meu rosto de um jeito sereno.

Seu jeito de me fazer rir, de cantar pra me fazer gargalhar, de dizer que me ama. Seu perfume, suas músicas favoritas, aquela música que você denominou como “nossa”. Os pequenos momentos incríveis que você me proporciona, sua voz, seu jeito de sussurrar no meu ouvido, sua forma de pensar. Suas roupas, seu cabelo, seu cheiro de roupa limpa. As coisas que você me diz e demonstra. Seu romantismo, seu jeito bobo de me olhar, sua forma mansa de dizer o quão chata eu estou. Você. Simplesmente você.

Seu jeito apaixonante que me deixou apaixonada. Suas atitudes que, vez ou outra, me deixam sem palavras. Seu jeito de me surpreender, de me fazer cócegas na barriga, de dizer que eu tenho um péssimo gosto para escolher filmes. Seu jeito antecioso e carinhoso de ser. A forma com que você se dá bem com a minha mãe, seu jeito só seu de me elogiar. Sua cara de quem acaba de acordar, seu cabelo bagunçado, seu beijo de bom dia.

Seu jeito de me beijar como se cada beijo fosse o primeiro – ou o último. Seu jeito de me pegar no colo, de me colocar no chão com cuidado. Seu jeito de cuidar de mim. Coisas que você faz e  eu também não sei explicar, que eu não sei dizer. Coisas que ficam só entre eu e você.




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Este Não É Um Texto Autoajuda



Eu sei que talvez você espere mais um desses textos motivacionais meia-bocas que sempre lê por aí quando a coisa aperta. Aquela baboseira de sempre: o tempo cura, a dor passa, os dias se vão e logo você nem se lembra mais. Bem, péssima notícia para você: o tempo nem sempre cura, a dor nem sempre passa, os dias até se vão, mas algo sempre fica. O desespero não resolve. Momentos ruins acontecem todos os dias, vencê-los não é glória para ninguém. É nossa obrigação. Ninguém nunca disse que seria fácil e não adianta quantas doses diárias de autoajuda você tome, você sabe tão bem quanto eu que não é o bastante. Então sem pressa, quando a dor aparecer é melhor que você deixe sangrar, doer e cicatrizar naturalmente. Sem desespero. Respira. E não pira.

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