quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pensando Alto



Esse foi um final de semana ótimo, me diverti como nunca. Aliás, nos últimos meses eu tenho estado muito bem, tenho ignorado qualquer sinal de tristeza e a solidão que antes me assustava hoje tem sido uma boa companhia. Eu cheguei em casa ontem completamente exausta depois de uma festa incrível, tomei um banho, vesti meu pijama e liguei o computador, ainda sem sono por causa do energético que alguém colocou no meu suco. Coloquei uma playlist aleatória e aquela bendita música tocou. Não a nossa, por que essa eu já enjoei de tanto ouvir. Aquela outra, que a gente dançou tentando imitar a coreografia do clipe. Aquela que mesmo não sendo tão especial na nossa história, me dá uma saudade danada de você. 

A gente inventa um monte de motivo idiota pra não falar mais com aquela pessoa que mexe com nossa estrutura né? Talvez isso seja um baita erro, eu já devia ter me acostumado com você e com todas as lembranças e nada ia sair do lugar dentro de mim. Mesmo depois de todo esse tempo. Mesmo eu sabendo que estou bem melhor sem você e que não daríamos certo nunca, mesmo com tudo isso eu ouço essa música e sinto tanto a sua falta. Puta merda, como eu sinto. Chego a torcer pro celular tocar e ter qualquer frase roubada de um livro clichê acompanhada de um "ei, eu tava errado, volta?".

Não, eu não quero voltar. A gente não tá mais junto por um motivo, e depois do fim vieram outros motivos que me fizeram ter certeza de que não ia dar certo. Mas eu faço o que com a saudade? Eu faço o que com esse sentimento que me derruba sempre que qualquer maldita lembrança sua entra na minha frente? Cara, que saudade de reclamar do seu jeito. Que saudade de ouvir sua voz no telefone falando qualquer coisa inútil, e ao fundo a voz do nosso cantor favorito enfeitando aquele momento. Eu tô sentada bem aqui na frente do computador, ouvindo o mesmo cantor e lembrando de cada palavra que saiu da sua boca naquela noite. Que saudade da sua boca. 

As coisas deveriam dar sempre certo. Não fosse todo o resto, você deveria ser meu pra sempre, a gente ia ter três filho, colocar dois nomes em cada um. Você deveria corrigir meus textos enquanto eu tivesse vontade de escrever. E nossos amigos deveriam nos zuar por sermos tão cafonas. Seu nome combinaria com o meu, e eu iria escreve-lo do jeito errado só pra te ver irritado. Eu iria crescer com você e a gente ia ser feliz pra sempre.

Não fosse todo o resto, que nesse caso não é só resto, eu e você estaríamos juntos e nenhuma saudade ruim estaria me fazendo escrever tudo isso. Mas tem o resto, tem minhas bagagens, suas decisões não tomadas. Eu queria que nada disso importasse, mas como diria Hazel Grace, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos. Se fosse, a gente tava junto e eu nunca estaria escrevendo sobre isso, ou eu teria ido dormir sem ouvir música nenhuma, sem sentir saudade nenhuma, e continuaria feliz por tido uma noite bacana. 

Quem é que vai saber o que teria sido melhor? Sinceramente, eu não sei.


Débora Svaiger tem 21 anos e acha que toda dor pode ser curada com um punhado de palavras organizadas numa página abandonada na web. Finge ser de pedra, mas é toda de papel. Prefere as pessoas leves e tem preguiça de quem tem o ego como bichinho de estimação. A indiferença é a sua armadura de ferro pra aguentar gente vazia, amores mal resolvidos, e desilusões do dia a dia. E escrever amigos, é a chave do seu coração, a porta de entrada pra esse maravilhoso mundo colorido de sentimentos infinitos.Se quiser conhecer um pouco mais do maravilhoso mundo de Débora, acesse nomeiodaslinhas.blogspot.com

E aí? Você também escreve e quer seu texto publicado aaqui? Manda pro e-mail nanzcampos@gmail.com <3

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